domingo, 21 de agosto de 2016

A complexidade das provas do êxodo bíblico

Embora a questão da historicidade continue a atrair a atenção popular, muitas historias do antigo Israel não levam em consideração informação recuperável ou mesmo relevante sobre a história da origem de Israel. As evidências arqueológicas não apoiam a história contada no livro do Êxodo, e a maioria dos arqueólogos abandonaram a investigação de Moisés e do Êxodo como uma busca infrutífera. A opinião da maioria dos estudiosos bíblicos modernos é que a história do êxodo foi formada em sua forma presente no período pós-Exílio, embora as tradições atrás da história são mais antigas e podem ser traçadas nos escritos dos profetas do século oitavo a.C. Como muito além do que a tradição pode ir não pode ser contada, presumivelmente uma história original do êxodo jaz escondida em algum lugar dentro das antigas revisões e alterações, mas séculos de transmissão obscureceram sua presença, e sua essência, precisão e data são agora difíceis de se determinar.

Os dados arqueológicos não concordam com o que é esperado da história do êxodo bíblico: não há evidências de que os judeus viveram no Antigo Egito, a Península do Sinai  não mostra sinais de qualquer ocupação por todo o segundo milênio a.C., e até mesmo a região citada como Cades-Barnéa [Kadeh-Barnea], onde os judeus foram ditos terem passado 38 anos, era inabitada antes do estabelecimento da monarquia israelita.

Os estudiosos geralmente concordam que embora a narrativa do êxodo contenha elementos do mais tardar do segundo milênio a.C., não é demonstrado que estes elementos não pudessem pertencer a qualquer outro período e que eles sejam consistentes com o conhecimento que um escritor do primeiro milênio a.C. que estivesse tentando definir uma história antiga do Egito pudesse ter conhecido. Poucos estudiosos continuam a discutir a historicidade ou menos a plausibilidade da história, embora os historiadores do antigo Israel raramente respondam.  Os estudiosos que ainda defendem a historicidade do êxodo avançam em uma série de argumentos para explicar a ausência de provas: possivelmente os registros egípcios da presença dos israelitas e sua fuga podem ter sido perdidos ou suprimidos,  possivelmente (ou provavelmente) os fugitivos israelitas não deixaram nenhum vestígio arqueológico no deserto, possivelmente os enormes números relatados na história foram mal traduzidos, etc.

Referências:

Biblical History and Israel's Past; Brad Kelle , Megan Bishop Moore; pág. 88-90
História da Religião de Israel, George Fohrer.

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