domingo, 21 de agosto de 2016

A narrativa do Êxodo bíblico e as tradições proféticas em Israel

A forma final do Pentateuco, tal como conhecemos hoje, foi baseada em tradições antigas. Estas tradições deixaram traços em mais de 150 referências através da bíblia. A mais antigas estão possivelmente nos profetas Amós e certamente em Oséias, ambos ativos no século 8 a. C. em Israel, ao contrário o Proto-Isaías e Miquéias, ambos ativos em Judá à mesma época, não existem tais referências. Parece razoável concluir que a tradição do Êxodo fosse importante no reino do Norte no século 8 a.C., mas não em Judá.

Em um recente trabalho [2009], S. C. Russel traça a tradição profética do século 8 a.C. à três variantes originalmente separadas: no reino do Norte de Israel, na Transjordânia e no reino do Sul de Judá. Russel propõe diferentes fundos históricos hipotéticos para cada tradição: para a tradição de Israel, que envolve uma jornada do Egito até a região de Betel, ele sugere que é a memória dos pastores que poderiam se mover para e do Egito em tempos de crise, para a tradição da Transjordânia, que se foca na libertação do Egito sem a jornada pelo deserto, ele sugere a memória da retirada do controle egípcio ao fim da Idade do Bronze Final, e para Judá, cuja tradição é preservada na chamada Canção do Mar, ele sugere a celebração de uma vitória militar sobre o Egito, embora seja impossível sugerir o que essa vitória possa ter sido. 


Referências Bibliográficas

Introduzione alla lettura del Pentateuco, Jean Louis Ska
Images of Egypt in early biblical literature, Stephen C. Russel

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